Dra. Ana Cristina Von Jess, advogada
Inicio meu post de hoje pedindo desculpas pela ausência. Além dos compromissos cotidianos de uma mulher, advogada, empresária, mãe de 3 filhos que já são suficientes para preencher mais de 24 horas do meu dia, no último mês sofri com alguns problemas de saúde que complicaram - ainda mais - minha já preenchida rotina.
Desculpas pedidas (e espero que aceitas) queria dividir com vocês um pouco do que pude observar me afastando do agito normal e das atividades diárias que costumam ser tão encadeadas que retiram até a capacidade de observação.
A verdade é que nos tempos atuais, quando não tomamos cuidados com o tipo de vida que estamos levando, tiramos de nós mesmos a capacidade de observar.
Observar a nós mesmos. Observar os outros, a paisagem. Observar as nossas relações, nossos atos e as consequências deles.
Vamos vivendo, simplesmente empurrando o barco, seguindo em frente como é possível seguir, sem nem perceber que cada ação ou omissão cometida hoje nos acarreta consequências boas ou ruins ali na frente.
Costumo repetir quase todos os dias que ação ou omissão podem ser considerados crimes. Se você faz mal a alguém deve (ou pelo menos deveria) responder de alguma forma por isso, da mesma maneira, se você faz o bem e age certo.
Deixando a filosofia de quem foi obrigada a desacelerar de lado, queria mais uma vez bater na tecla da importância de cultivar o relacionamento e aqui, para não fugir ao tema, a importância de cultuar a "observação".
Transportando para a relação de franquia que é o meu assunto nesse espaço, é muito importante que as partes não percam durante a contratação o cuidado de observar, nem que seja para perceber o que falta em si próprio.
Quando um franqueado vive anos um contrato de franquia se "submetendo" à franqueadora e deixando de exercer os direitos que lhe são garantidos contratualmente, de certa forma está acatando àquela forma de agir.
Na relação de franquia e na maioria das relações humanas acabamos sendo sugados por nosso dia a dia e nos tornamos preguiçosos em "cobrar" ou fazer valer o que é nosso por direito.
Não estou falando da briga pela briga. Essa não leva a nada nunca. Estou falando de preguiça e de inércia. A preguiça leva a inércia e esta conduz a uma zona de conforto da qual é difícil sair. Ainda mais quando a relação está fundamentada em um contrato, cujo debate costuma ser mais delicado.
Quando se contrata, por mais que haja a previsão de que a tolerância com eventual descumprimento das cláusulas contratuais não acarreta uma novação, exercer direitos que foram reiteradamente desrespeitados e pretender obter todos os danos sofridos em decorrência dessa lesão, pode ser muito difícil.
Assim, embora na maioria das vezes seja muito melhor ser feliz do que ter razão, escolha bem a forma de felicidade que lhe cabe e não permita que a inércia e a preguiça ditem as regras do jogo para você.
Artigo publicado sob autorização da Dra. Ana Cristina Von Jess, adv
Diretora Jurídica, adj da ABF Associação Brasileira de Franchising - Rio de Janeiro
Sócia do Escritório de Advocacia VON JESS Advogados
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